Levantamento do SPC Brasil e da CNDL perguntou aos consumidores endividados por quais motivos atrasaram o pagamento de suas contas.
As dificuldades encontradas no mercado de trabalho estão entre as principais razões para a inadimplência do brasileiro, de acordo com pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Segundo o levantamento, a perda do emprego foi a razão mais apontada por aqueles que têm algum pagamento atrasado, com 30,2% das menções. É seguida pela diminuição na renda, mencionada por 29% dos entrevistados.
Emprestar o nome para outros realizarem compras ou empréstimos foi a terceira fonte de inadimplência mais citada, com 14% das menções, enquanto falta de controle e de planejamento do orçamento vem na sequência, indicada por 13% dos entrevistados. Para 10,5% dos pesquisados, o atraso nas contas aconteceu porque seu salário atrasou ou não foi pago.
Os efeitos do alto desemprego no país, entretanto, não são iguais entre os diferentes níveis de renda. A perda do trabalho está na origem da inadimplência para 31,5% daqueles que pertencem às classes C, D e E, enquanto que, nas classes A e B, essa razão foi mencionada por apenas 8,6% daqueles com alguma dívida em atraso.
A pesquisa ouviu 600 consumidores com contas em atraso há mais de três meses, nas 27 capitais do país.
Entre aqueles que se endividaram por falta de controle nas finanças ou por compras feitas por impulso, ainda é alto o número dos que não tentam ou não pensam em mudar o comportamento para evitar novas dívidas no futuro. Essa situação, entretanto, vem mudando.
Em 2018, 58% dessas pessoas afirmavam que não planejavam ou não achavam que precisavam mudar algo em sua atitude. Em 2019, essa proporção caiu para 47%, enquanto 53%, agora, dizem estar repensando o comportamento.
Entre os que buscaram algum tipo de ajuda, 62,5% recorreram a amigos ou parentes para organizar as contas, e 18,8% buscaram a orientação de algum profissional, como de um consultor financeiro, do banco ou de outras instituições.
Fonte: Exame